quarta-feira, 9 de julho de 2008

Dos amantes mal amados, enlouquecidos e enfurecidos pela fisgada dessa dor que muito se diverte em meu coração, creio eu. Dito, vinde a mim o pressuposto de que/quem deveria ser para que tu se apossase de minha humilde pessoa, nada/ninguém me vem a mente, não vale a pena, pena que tua presença, tão sublime quando ausente e pretenciosa quando aqui, tem uma péssima mania de não conseguir me deixar esquecer-te, nem imagino porque tens esse maldito hábito, que me faz sentir uma amante mal amada, enfurecida e a beira da loucura. [...]

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Não se sabe se estava correndo por ruas vazias ou se tentava povoar sua memória com falsas nostalgias que havia inventado. E não agüentava mais ouvir de si mesma que era tudo certo, que ia ficar tudo bem, era mentira, não havia de ficar tudo bem, as coisas simplesmente não mudariam por um capricho fantasioso que ela mesma custava a acreditar, os olhos desesperados a alertavam de que algo muito errado acontecera, e não teria concerto. Ou seria simplesmente ela quem não teria concerto, teria finalmente se adaptado à ganância e ao egoísmo que todos estão acostumados a estabelecer como regra e seguir. Isso não fazia nenhum sentido para ela, mas nesse momento, a rua vazia começava a encher-se de pessoas iguais, que acham a cura para o próprio veneno em terapeutas e livros de auto-ajuda. Sua alienação era diferente, era concreta. Acostuma-se cada vez mais com comentários de terceiros que passam como o vento ao tentar apagar a chama da vela. Prendia a respiração e segurava o choro para enganar seu ego ao tentar parecer forte, enquanto subitamente cristais frágeis quebravam-se pelas suas entranhas, isso corta, isso machuca e custa a parar. E continuava, sem entender como isso poderia acontecer frente aos seus olhos desesperados, que, por sorte mantém um filtro com a boca. Fecha os olhos para não ouvir, quando na verdade, isso nunca fez sentido nenhum para ela. Mas não precisam se preocupar, vai ficar tudo bem...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Não é a dor do sofrimento. Muito menos a da agressão. Aquilo que realmente machuca é o eu você torce para que realmente arda, sangre, e como uma espécie de bônus cruel, faça-se possível estripar a alma. Metaforicamente falando. Ou não. Sempre me interessei pela dor como uma forma de teste, de descobrimento por menos que esta realmente signifique algo assim. A corrente no pescoço já não tem mais tanta importância assim, só conseguimos lamentar o quanto pesado é, e como teríamos feito toda essa merda diferente caso fosse colocada em uma situação diferente na que deveras foi. Ah, mas isso soa como uma besteira estereotipada, num alto grau de clichê. È mentira, uma mentira formal e convencional, assim contesto. E convenhamos, verdade seja dita esse fragmento de arrependimento não muda absolutamente nada. Sobretudo, é mais fácil lamentar depois da factione concluída. Essa é a parte em que eu desço do meu palanque invisível, paro de reclamar de seres imaginários (que provavelmente são bem mais reais do que eu imagino) e volto para aproveitar minha dor de barriga.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

oi, sadô

Ela não gosta muito de refletir, já que fica atordoada só de pensar na hipótese de que pode abandonar todos os dogmas irrefutáveis e incontestáveis de sua vida. Nunca reparou que a realidade é associada ao sofrimento, sendo assim pensar é a cereja no bolo do sofrer, supõe-se então que pensar é um ato masoquista.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

você não sabe que esse texto é repetido!

Sumindo, sumindo como as nuvens quando o sol aparece, e tentar fugir torna-se inevitável, e assim que a dor da falta te consome, só parece mais longe. E tentar contar o tempo de forma cronológica já não adianta mais, palavras são vagas, não preenchem vazios, é como se as arrancando de mim, viessem acompanhadas por um punhal de amargura que insiste em consumir-me. E não há cura, é como um poço cavado no peito com uma colher, vagarosamente, cujo cada lagrima derramada, cada grito de pavor fossem interpretados como simples conflitos existenciais, é como tentar curar câncer com analgésico, estancar hemorragia com band-aid. O tempo não cura, o tempo tira, ele destrói, e não há porque lutar contra isso, é o inevitável, o futuro, a realidade, é a exatidão acompanhada do medo de acertar ou então a insegurança acompanhada do pânico de errar, é como viver.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

O problema é que não se sabe como começar. Fica o dito pelo não dito, pois então!