Sumindo, sumindo como as nuvens quando o sol aparece, e tentar fugir torna-se inevitável, e assim que a dor da falta te consome, só parece mais longe. E tentar contar o tempo de forma cronológica já não adianta mais, palavras são vagas, não preenchem vazios, é como se as arrancando de mim, viessem acompanhadas por um punhal de amargura que insiste em consumir-me. E não há cura, é como um poço cavado no peito com uma colher, vagarosamente, cujo cada lagrima derramada, cada grito de pavor fossem interpretados como simples conflitos existenciais, é como tentar curar câncer com analgésico, estancar hemorragia com band-aid. O tempo não cura, o tempo tira, ele destrói, e não há porque lutar contra isso, é o inevitável, o futuro, a realidade, é a exatidão acompanhada do medo de acertar ou então a insegurança acompanhada do pânico de errar, é como viver.